A Petrobras conta com o rápido desfecho do conflito na Líbia e com o início em abril da safra 2011 de etanol do Centro-Sul para não precisar aumentar nem o preço nem a quantidade importada de gasolina. O diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, contudo, não descarta a possibilidade de fazer nova importação além do 1,5 milhão de barris previstos para chegar em abril.

“Tudo leva a crer que em abril haverá redução do preço do etanol. Se não acontecer, vamos importar mais (gasolina)”, afirmou. Costa disse que a importação já contratada virá, basicamente, dos Estados Unidos, mercado que está com excedente de gasolina atualmente. Durante a escassez de etanol do ano passado a Petrobras importou 3 milhões de barris de gasolina.

Este ano, segundo ele, a empresa vem fazendo um esforço grande para aumentar a produção de gasolina das suas refinarias, promovendo, inclusive, a troca de equipamentos (catalisadores). Costa disse que o aumento da quantidade de gasolina está sendo feito sem prejuízo para as quantidades de outros combustíveis nobres, como óleo diesel e querosene de aviação, até porque, segundo ele, vem crescendo a presença de petróleo leve de origem nacional na mistura de óleos refinada no país.

O aumento do preço da gasolina e dos demais combustíveis devido à elevação do preço internacional do petróleo provocado pela instabilidade política no Oriente Médio e norte da África não está sendo cogitado pela direção da Petrobras, afirmou o diretor de abastecimento da empresa.

De acordo com Costa, a direção da Petrobras avalia que o conflito na Líbia, que tem maior peso no preço do petróleo, caminha para uma solução rápida, aliviando a pressão sobre o preço do barril de óleo. Como a empresa tem a política de só reajustar os combustíveis quando fica cristalizada uma mudança de patamar no preço do petróleo – ao contrário do mercado internacional, que reajusta automaticamente os derivados quando o preço do barril de petróleo se modifica -, a aposta atual é de que não será necessário aumentar o preço de refinaria dos combustíveis no país.

A notícia é boa para o governo, que ainda luta para fazer a inflação, que fechou 2010 em 5,91% (medida pelo IPCA), recuar para um patamar próximo ao centro da meta oficial que é de 4,5% para este ano.


Chico Santos, Valor Econômico