O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) cedeu às evidências do mercado e previu que a gasolina terá inflação de 2,2% este ano, mas manteve a projeção de que não haverá aumento para o gás de botijão, ou gás de cozinha, como é mais conhecido.
O Copom reconhece também que no início do ano houve “concentração atípica” de reajustes de preços administrados por contrato ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, educação, saúde, transporte público, saneamento e outros). Mas acredita que o comportamento desses preços tende a ser “relativamente benigno” no segundo semestre.
O colegiado de diretores do BC estima que a inflação dos preços administrados deve encerrar 2011 em 4,3%, e não mais 4% como havia calculado na reunião realizada no início de março, e elevou de 4,3% para 4,4% a expectativa para 2012. Esse conjunto de preços teve peso de 28,83% na composição do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Quanto às expectativas sobre o IPCA deste ano, o Copom cita o cenário de mercado, expresso na pesquisa semanal que a autoridade monetária faz com analistas de instituições financeiras para consultar tendências sobre os principais indicadores da economia. De acordo com a pesquisa, que origina o boletim Focus, a projeção de inflação no levantamento feito às vésperas da reunião do Copom indicava o IPCA de 6,29% no ano. Essa perspectiva foi elevada para 6,34% na pesquisa seguinte, divulgada na última segunda-feira (25).
A ata do Copom não faz projeção de inflação. Cita apenas que a perspectiva elevou-se em relação ao valor considerado na reunião anterior, e se encontra acima do valor central de 4,5%, meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O BC mantém, portanto, a expectativa apontada no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado no final de março, que é de 5,6% para o IPCA deste ano.
Agência Brasil