A Petrobrás não está conseguindo atender a totalidade das cotas de gasolina acertadas com as distribuidoras. Fontes do setor relatam que estão recebendo 80% a 90% dos volumes do combustível que encomendam à estatal. O problema é maior entre as distribuidoras independentes, que atuavam

mais no mercado de etanol. Procurada desde segunda-feira, a Petrobrás não deu entrevista.

“As cotas não estão sendo 100% atendidas dependendo da região do País”, confirmou uma fonte de uma distribuidora ao Estado na condição de anonimato. “O problema é que a demanda por gasolina cresceu demais, por causa da alta do etanol, mas no geral a Petrobras tem se esforçado para não

faltar combustível. Até agora os problemas têm sido pontuais e localizados”.

A Petrobras importou emergencialmente 1,5 milhão de barris de gasolina para atender a demanda extra. Cosan e Coopersucar também trouxeram 138 milhões de litros de etanol anidro, que é misturado à gasolina.

A demanda por gasolina bateu recorde no País, enquanto o consumo de etanol hidratado caiu vertiginosamente. Conforme o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), que representa 75%

do mercado, foram consumidos 2,3 bilhões de litros de gasolina em março.

A entidade projeta novo recorde em abril. Segundo o presidente do Sindicom, Alísio Vaz, a tendência é que o mercado se normalize em maio, com o início da safra da cana e o aumento da produção de etanol.

O preço do litro do etanol hidratado subiu 30,8% este ano e 37% em 12 meses, atingindo R$ 2,359 nas bombas.