Diante da alta dos preços do petróleo no mercado internacional, a Petrobras já começou a pressionar o governo por um reajuste da gasolina nas refinarias. A informação foi dada ontem pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que ressaltou que o governo resistirá:
— A Petrobras está estudando isso, mas não é interesse do governo promover qualquer aumento da gasolina. Vamos resistir até onde der. A Petrobras pode até querer, mas o governo não quer. Vamos resistir até quando for suportável.
Um aumento da gasolina significa mais pressão sobre a inflação num momento em que ela já está elevada. Os técnicos da área econômica afirmam que ainda não começaram a estudar impactos de uma elevação nos preços das refinarias, mas admitem que uma possibilidade para minimizar impactos inflacionários seria voltar a mexer nas alíquotas da Cide — que incide sobre combustíveis no país.
Em 2008, com os preços do petróleo em alta, a Petrobras aumentou o valor da gasolina e do diesel nas refinarias. Para não prejudicar os consumidores, a Cide foi reduzida. Em 2009, o petróleo caiu, e a Petrobras baixou os preços. Isso deu condições para aumentar o tributo quando era preciso recuperar as perdas de arrecadação provocadas pela crise mundial. Em 2010, o tributo voltou a mudar para acomodar a redução da mistura do álcool na gasolina.
Lobão deu as declarações antes de participar da reunião do Fórum de Desenvolvimento Econômico realizada ontem no Ministério da Fazenda. A elaboração do Programa Nacional do Ensino Técnico foi o principal tema. Segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o assunto é prioridade num momento em que o país passa por carência de mão de obra em diferentes setores.
Fonte: Martha Beck, O Globo