O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo no Estado da Paraíba (SINDIPETRO-PB), Omar Aristides Hamad Filho, afirmou nesta quinta-feira, 12, que atribuir a culpa aos postos pelo aumento dos preços dos combustíveis é ato incorreto e injusto. Para ele, é preciso que as autoridades busquem quem realmente tem culpa. “É muito fácil acusar os postos. A revenda de combustível é o elo mais visível do mercado e com o menor poder econômico”, disse.
Na avaliação do presidente do sindicato, se as autoridades estão interessadas em descobrir se houve elevação abusiva de preços, deveriam encaminhar pesquisas de planilhas de custos a toda a cadeia do petróleo, isto é, fonte produtora e refinaria, distribuidoras e também para as usinas.“É muito fácil acusar os postos. A revenda de combustível é o elo mais visível do mercado e com o menor poder econômico”.
Segundo Omar Hamad Filho, os motoristas de carros movidos unicamente a gasolina reclamam de ter que pagar mais pelo produto em conseqüência da alta do etanol nas usinas, já que o seu carro não é movido a álcool. Ele lembrou que o problema está no fato de que toda a gasolina consumida no país tinha que, por lei, trazer em sua fórmula entre 20% e 25% de etanol anidro. Essa fórmula passou a variar entre 18% e 25% a partir da decisão do governo de editar a Medida Provisória 532.
O presidente do SINDIPETRO-PB esclareceu que o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras – a gasolina pura, sem a mistura com o etanol – é apenas um dos componentes para a formação do preço final do produto. “O preço da gasolina tem uma composição que consome 42% de impostos, outros 47% é atinente a Petrobras, ficando apenas 11% para serem distribuídos entre distribuidoras, frete e revendedores”, destacou.
Escalada do Etanol – O presidente da entidade representativa dos revendedores de combustíveis lembrou que o etanol anidro, acrescido à proporção de 25% para cada litro de gasolina A, que forma então a gasolina C, própria para venda nos postos de todo o país, vem sofrendo aumentos. De acordo com ele, entre os meses de junho de 2010 e abril de 2011 o etanol anidro subiu 180% nas usinas sucroalcooleiras. “Além disso, os impostos são cobrados no regime de substituição tributária, ou seja, na fonte, calculados a cada quinzena sobre valores apurados em pesquisas diárias”, salientou.