A entidade revelou que há meses vem municiando o órgão de notas fiscais que demonstram a elevação nos preços por parte das distribuidoras.
De acordo com o sindicato, os preços dos combustíveis repassados pelas distribuidoras continuam subindo, impondo aos empresários ligados a revenda uma verdadeira economia de guerra para sustentar os atuais preços. O sindicato informou que os empresários estão indignados e surpresos com a constante e persistente elevação dos preços de aquisição dos combustíveis, mesmo com as notícias de início da safra de cana-de-açúcar e da chegada dos carregamentos de anidro importado.
Dados – Informações do Centro de Estudos Avançados em Economia (Cepea/USP) mostram que o litro do anidro registrou alta de 10,23% na semana encerrada em 20 de abril, ante a semana anterior, atingindo os R$ 2,7257. O hidratado, por sua vez, reverteu à tendência de queda e subiu 5,24% em igual período de comparação, apesar das notícias de redução na demanda pelo produto.
O anidro é misturado à gasolina A para formar a gasolina C, vendida nas bombas dos postos de combustíveis. Desde o início do ano, o anidro já subiu 113% nas usinas, sem frete ou impostos, o que elevou em 17% o custo da gasolina. No mesmo período, o litro da gasolina C subiu 9,5% na distribuição e 8,6% na revenda, analisando os dados médios para Brasil, divulgados pela ANP.
“Os números mostram que a revenda nem sequer repassou para o consumidor toda elevação de custo de aquisição que vem enfrentando devido à alta dos preços nas usinas. Infelizmente, a origem dos maiores custos nem sempre fica clara para o consumidor, que culpa os postos, último elo da cadeia, pelos aumentos ocorridos ao longo das outras etapas de produção e comercialização”, ressalta Omar Aristides Hamad Filho, presidente do Sindipetro Paraíba.
Omar Hamad Filho explicou que além dos maiores custos para o anidro, também tem impacto no preço final o incremento da carga fiscal. A maior parte dos estados brasileiros realiza a tributação de ICMS por Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF), que usa como base de cálculo do imposto uma média de preços do mercado. Quando os preços sobem, aumenta também a base de cálculo e o tributo cobrado. “Na Paraíba isso também é assim”, disse.