O pacote de medidas que deve ser adotado nos próximos dias pela presidente Dilma Rousseff para regular a produção e comercialização do etanol, através da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), poderá dificultar os investimentos no setor. É a impressão do consultor em Gerenciamento de Riscos da INTL FCStone, Marcos Nogueira, que ministrou a palestra “O mercado do açúcar, fundamentos, oferta, procura e perspectivas”, durante o 15º Seminário Regional sobre Cana-de-açúcar, que ocorre até amanhã em paralelo à terceira edição da Feira de Fornecedores Industriais da Região Nordeste (ForInd) e da Mostra Sucroenergética para a Região Nordeste (Sucronor), no Centro de Convenções.

“Não sabemos quais medidas serão tomadas pelo Governo Federal, mas não acho interessante que a regulamentação do setor porque muitos investidores apostam no mercado livre para negociar melhores preços. A partir do momento que a União passa a controlar o mercado, estabelece um determinado valor para a comercialização dos produtos”, explicou Nogueira.

Depois que a presidente Dilma Rousseff transferiu para a ANP o controle e fiscalização da cadeia produtiva do etanol, existe a possibilidade de se reduzir a mistura do etanol à gasolina e de se criar uma tarifa para a exportação do açúcar, fazendo com que as usinas passem a dar mais atenção à produção de etanol.

“A presidente quer que a maior parte do caldo da cana seja para a produção do etanol, uma vez que a demanda por álcool está muito alta e a oferta não está acompanhando, até que a safra no Centro-Sul se inicie. Acredito que as medidas vão interferir no gerenciamento da indústria e uma decisão que antes era tomada pelo empresário poderá ser determinada pelo Governo”, opinou.

 

Fonte: Folha de Pernambuco