O coordenador do Fórum Nacional Sucroenergético, Luiz Custódio Martins, que é o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool em Minas Gerais, afirmou que a possível taxação das exportações de açúcar e o controle da cadeia produtiva do etanol pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) não deverão ter efeito na oferta de etanol a curto prazo.
“O açúcar está vivendo o pico de mercado em 30 anos e as exportações continuarão ocorrendo, tenha essa taxa o tamanho que tiver”, afirmou Martins, para quem “a intervenção será inútil, se não existir regulação que garanta a oferta”.
O empresário disse que o setor vai entregar ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, uma proposta de regulação, antes da próxima entressafra. Segundo Martins, os usineiros vão sugerir medidas que garantam a formação de estoque regulador de álcool anidro pelas distribuidoras, com contratos de fornecimento de longo prazo e, destacada do âmbito de uma reforma tributária, a equalização das alíquotas do ICMS sobre o álcool combustível.
“É preciso que se reduza o poder discricionário do governo em relação ao setor, se queremos uma sinalização de que é do interesse do governo manter o álcool na matriz energética”, disse.
Martins divulgou a estimativa de safra para Minas este ano. Deverão ser moídas 58 milhões de toneladas de cana, 6,36% a mais do que na safra passada. A produção de etanol deve avançar 2,26%, passando de 2,552 milhões para 2,610 milhões de metros cúbicos, e a produção de açúcar deve avançar 7,56%, atingindo 3,5 milhões de toneladas.
Fonte: Valor Economico