“O motorista de um carro flexível pode migrar do etanol para a gasolina, mas aí temos um aumento do consumo de gasolina e de anidro que é adicionado a ela”, disse o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda.
Segundo ele, em reunião organizada ontem pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) no Rio, representantes das usinas teriam se disposto a importar anidro caso houvesse falta do produto. Fontes da Petrobrás informaram que a companhia também já estuda a retomada da importação da gasolina.
No ano passado, a estatal chegou a importar três milhões de barris entre janeiro e março. No restante do ano, trouxe poucas cargas, fechando 2010 com um total de 3,17 milhões de barris de gasolina importada, com um custo total de US$ 284 milhões.
Este ano, a situação ainda não havia se mostrado tão grave. O Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis registrou entre janeiro e fevereiro de 2010 queda de 50% na demanda de etanol. Em 2011, a queda foi de 26% no mesmo período, mas a migração do consumo de etanol para gasolina deve se concentrar nas próximas semanas.
A consultoria independente Ticket Car apurou elevação extraordinária no preço do combustível e em sua avaliação mensal indicou que o combustível já não leva vantagem sobre a gasolina em nenhum Estado desde o final de fevereiro. Já de acordo com a ANP, o etanol é vantajoso apenas em Mato Grosso.
Representantes do setor sucroalcooleiro, das distribuidoras e uma comissão interministerial, composta por membros da área agrícola, da energia e da Fazenda, se reúnem hoje em Brasília para discutir o assunto.
Fonte: Kelly Lima, Estado de São Paulo