No Brasil, a alta do açúcar puxou o preço do etanol para um valor acima do considerado competitivo na comparação com o preço da gasolina (de 70% do valor do derivado do petróleo). Com isso, a AIE avalia que os produtores irão priorizar a produção de açúcar no País, mantendo o mercado de etanol mais apertado – enquanto o consumo de gasolina cresce 5% na comparação anual.
Nos Estados Unidos, onde os preços do milho dispararam, os produtores ainda trabalham com “margens aceitáveis”. No entanto, o Congresso continua discutindo limites ao crédito fiscal de US$ 0,45 por galão dado ao etanol, o que deixa nublada a perspectiva de novos investimentos, na avaliação da agência.
Na Alemanha, a tentativa de ampliar o uso dos biocombustíveis esbarra na resistência da população. O governo determinou a mistura de 10% à gasolina, mas os consumidores evitam aderir, pois temem que seus carros sejam danificados. O governo insiste que a introdução da mistura vai continuar e encoraja uma campanha informativa para aliviar as preocupações.
A AIE considera que a demanda na Ásia está enfraquecida em razão dos elevados preços do óleo de palma e das poucas determinações governamentais estipulando a necessidade de uso dos biocombustíveis. Dessa forma, o início da operação de uma nova usina em Cingapura, com capacidade de 15 mil barris por dia, deve piorar as margens dos produtores na região.
Daniele Milanese, Agência Estado