Chega nas bombas de combustíveis dos postos revendedores, em janeiro de 2012, o diesel S50, com baixo teor de enxofre. Mas nem todos os postos vão comercializar o produto. Segundo pesquisa feita pela Agência Nacional do Petróleo – ANP, com o apoio dos sindicatos varejistas do país, apenas 32% dos revendedores que participaram se disseram interessados em comercializar o diesel com essa especificação.

Cuidados – Quem pretende trabalhar com o óleo menos poluente deverá estar atento a alguns cuidados relativos à comercialização e ao armazenamento do combustível. A começar por uma limpeza nos tanques nos quais o diesel S50 será depositado e nas linhas de abastecimento antes da chegada do produto. Para proceder com a limpeza, o ideal é que seja contratada uma empresa especializada, lembrando que o serviço deverá ser executado por meio da boca de visita com a utilização de um hidrojato. Os resíduos dos contaminantes, por sua vez, deverão ser retidos por filtros.

Para a manutenção dos tanques, depois que o posto estiver operando com o S50, serão necessárias drenagens periódicas motivadas pelo ajuntamento de água condensada ou infiltrada, responsável pela proliferação de bactérias com formação de borras.

Vale destacar ainda que o transporte do S50 poderá ser feito no mesmo tipo de caminhão em que outros combustíveis são transportados, o que não acontecerá com o S10, que chega ao mercado em janeiro de 2012 já

demandando uma frota especial.

Confira trechos de entrevista com a Procuradora da República, no estado de São Paulo, Ana Cristina Bandeira Lins, concedida à revista Combustíveis e Conveniência, da Fecombustíveis – Edição nº 95.:

Preço I – “O diesel S50, que ela (a Petrobrás) já comercializa, é mais caro, mas não muito mais caro, porque não pode ter um preço muito acima do outro diesel, de forma que desestimule quem tem o veículo que precisa dele.”

Preço II – “A Petrobrás tem praticamente o monopólio da produção de diesel no país. Então, tem como equilibrar os preços, como já tem feito com o S50. Pelo Acordo Judicial firmado em 2008 entre a Petrobrás, ANP, Ibama, indústria automobilística e Governo de São Paulo, ela sabe que tem que fornecer quantia suficiente para abastecer os veículos que estão sendo produzidos. Se esse diesel ficar parado no estoque dela, ela que perde.”

Dificuldades – “O diesel S50I10 é um combustível mais sensível, que exige mais cuidados. A ANP está ciente e acha que, por questões de mercado, isso não vai impossibilitar a distribuição do S50, nem do S10. Um manual completo sobre a comercialização e armazenamento do diesel S50 I S10 será lançado pela Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos para postos e serviços (ABIESP)”.