O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva criticou, hoje, as crises de oferta e de disparada de preços do etanol na entressafra e ainda cobrou dos usineiros o crescimento da produção do combustível no mesmo ritmo da demanda. “Se permitir que a cada ano tenha problemas (de oferta e preços), mesmo que em poucos meses, vamos cair na criação da desconfiança do Brasil, que não será bom”, afirmou o presidente, para uma plateia que reunia os maiores empresários do setor produtivo de etanol do País.

Lula lembrou o recente cenário de consolidação do setor sucroalcooleiro, com a aquisição de várias unidades produtoras e da estagnação da produção, sem a construção de novas usinas. “Eu vejo muita gente dizer que tá comprando usinas e pouca gente que vai construir novas; precisamos acompanhar o crescimento do consumo para o crescimento da oferta, senão corremos o risco de perder a credibilidade”, afirmou.

O ex-presidente cobrou uma espécie de pacto entre governo, empresas e empregados para evitar os problemas constantes na entressafra de cana-de-açúcar, com a restrição na oferta e a disparada nos preços de etanol. “Todo ano tem problema de entressafra; isso é coisa do passado, companheiros”.

Ainda segundo ele, o etanol brasileiro é um produto consolidado e o País não pode recuar no incentivo ao aumento de produção, sob o risco de dar razão aos críticos do combustível, principalmente os defensores do petróleo. “A questão do etanol não pode voltar atrás e não temos o direito de jogar fora o sonho e dar razão aos dedos sujos dos nossos críticos”, concluiu.

Lula foi homenageado em um hotel na capital paulista como a personalidade política a receber o prêmio Top Etanol, criado pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), entidade que representas os usineiros.

 

Agência Estado

Gustavo Porto