O mercado de petróleo mundial entrou num período de crescente de escassez, diz o Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório “Perspectiva Econômica Mundial” (WEO, na sigla em inglês) de abril, divulgado hoje. O relatório é divulgado dias antes do início dos Encontros Anuais de Primavera do FMI e Banco Mundial, que vão de 15 a 17 de abril, em Washington.

“Um aumento gradual e moderado na escassez de petróleo pode não significar uma restrição ao crescimento global no médio e longo prazo. Mas os efeitos poderiam ser bem maiores, dependendo da extensão e evolução da escassez do petróleo e da habilidade de a economia mundial de cooperar com o aumento da escassez””, diz o relatório.

Conforme ressalta o documento, o petróleo é hoje a fonte mais importante de energia primária, respondendo por 33% do total mundial, enquanto duas outras principais fontes de energia, carvão e gás natural, respondem por 28% e 23%, respectivamente.

Segundo o FMI, as autoridades de governos deveriam se assegurar se as políticas atuais facilitam um ajuste a mudanças inesperadas na escassez do petróleo. “As implicações da escassez do petróleo podem ser significativas e difíceis de atingir. O petróleo é um fator chave de produção, incluindo a produção de outras commodities e transporte”, afirma o Fundo. O petróleo é hoje a commodity mais negociada no mundo, com média anual de US$ 1,8 trilhões de 2007 a 2009, o que significou 10% do total de exportações naquele período.

O relatório diz ainda que o futuro do consumo de energia irá depender largamente do impacto do contínuo crescimento rápido do Produto Interno Bruto (PIB) da China e outras economias emergentes de rápido crescimento. De acordo com o Fundo, a preços atuais, o consumo de energia da China deve dobrar até 2017 e triplicar até 2025 dos níveis de 2008. “Mas ainda é algo para se ver se a China será capaz de manter um crescimento tão rápido”, observa o FMI. Por causa do seu rápido crescimento, o consumo de petróleo da China passou de 6% do consumo global em 2000 para perto de 11% em 2010, o que ainda é apenas metade do consumo dos Estados Unidos.

 

Fonte: Agência Estado