O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que a maior opositora para o eventual reajuste dos preços da gasolina é a presidente Dilma Rousseff. “A Dilma é quem mais freia (o reajuste). Ela não quer aumento de preço (da gasolina)”, afirmou Lobão, no programa Bom Dia Ministro.

Segundo ele, a Petrobrás tem pleiteado o reajuste sob a justificativa de que os preços não sobem há nove anos e a última alteração ocorreu há dois anos, mas para baixo. “Temos dito que não concordamos com esse aumento”.

O ministro admitiu, no entanto, que se a cotação do preço do barril de petróleo ultrapassar “muito” os patamares atuais, o reajuste será inevitável. Entretanto, Lobão não quis dar uma cotação exata. “A Petrobras imaginava que se o petróleo chegasse a US$ 105 teria de haver reajuste. Mas estamos a US$ 120 e não houve”. O petróleo segue em alta firme nesta manhã, com o WTI e o brent renovando as máximas em mais de dois anos e meio. O contrato de petróleo brent nesta manhã estava em torno de US$ 124,66 por barril enquanto o WTI operava na Nymex em US$ 111,84 por barril.

Sobre o mercado de etanol, cujo preço disparou nas bombas de postos de gasolina nos últimos dias, Lobão admitiu que está em análise no governo uma proposta de taxação da exportação de açúcar para forçar as usinas a aumentar a produção do combustível e assim reduzir o preço do álcool ao consumidor final. “Pode ser uma providencia”.

Preço estável – O ministro afirmou que o preço da gasolina se estabilizará, sem necessidade de reajustes. O ministro afirmou, ainda, que solicitou ao presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, para que a companhia produza mais etanol. “Instrui o presidente da Petrobrás para que avance bem mais nessa direção, para que a Petrobrás se torne uma \’reguladora\’ do mercado”, disse.

Lobão destacou que a Petrobrás é hoje a quarta maior produtora de etanol do mundo e que o papel da estatal como \’reguladora\’ do mercado deve entrar em funcionamento a partir dos próximos dois anos.

O ministro explicou que a recente disparada no preço do álcool nas bombas é consequência de uma produção menor de cana-de-açúcar e da valorização do açúcar no mercado internacional. “A produção foi menor, o preço internacional do açúcar está muito competitivo. As destilarias preferem, nesse momento, produzir açúcar, e não etanol”, explicou.

Ressaltou, no entanto, que “são episódios sazonais que desaparecerão daqui por diante” e que o governo está tomando as providências. “Enquanto isso, estamos procedendo a uma pequena importação de etanol para suprir o mercado”, exemplificou.


Fonte: Agência Estado