Ainda não se pode considerar que as cotações do petróleo, apesar das recentes altas, tenham atingido um novo patamar, o que levaria a Petrobras a ajustar os preços de combustíveis no Brasil, afirmou ontem o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli. Segundo ele, os fatores que levaram os preços do petróleo tipo Brent, referência no mercado, para o atual patamar são de curto prazo e não se sabe se esse valor permanecerá.

— Há oito anos estamos fazendo a mesma política de preços. Analisamos o preço do petróleo, o comportamento dos derivados no mercado internacional, a taxa de câmbio. Verificamos isso a curto prazo e a perspectiva futura. Se identificamos um patamar relativamente estável de preços em uma faixa razoável, aí  ajustamos o preço — disse Gabrielli.

Ontem, o barril do Brent, negociado em Londres, fechou em alta de 0,6%, a US$ 115,70. Pesaram a expectativa de aumento da demanda com a reconstrução do Japão e os conflitos nos países árabes. Segundo analistas, a Líbia não deve retomar o fornecimento de petróleo para os mercados globais por ao menos entre 12 e 18 meses. Possíveis danos às instalações, por sabotagem ou ataques aéreos das forças ocidentais, podem levar a uma interrupção muito mais demorada.

Em Nova York, o contrato de abril do barril do tipo leve americano (cujas negociações terminaram ontem) avançou 1,6%, a US$ 104. O contrato de maio teve alta de 1,8%, a US$ 104,97.

Eletrobras pode comprar até 4 distribuidoras este ano – A Petrobras não reajusta os preços da gasolina e do diesel desde junho de 2009. Já o GLP (gás de cozinha) sofreu a última alteração em janeiro de 2010. A questão dos preços é especialmente importante em um momento em que o governo federal, que controla a petroleira, busca maneiras de controlar a inflação.

— Neste momento não há ainda clareza se essa faixa de US$ 110, US$ 115 vai ficar estável ou não. A volatilidade ainda é muito grande, porque ainda há muitos fenômenos geopolíticos e naturais atuando. Tanto a crise do norte da África quanto o acidente no Japão são elementos fortuitos e de curto prazo. Por isso não se pode dizer que há um novo patamar de preços — afirmou Gabrielli.

A Eletrobras, por sua vez, estuda crescer. O presidente da estatal, José da Costa Carvalho Neto, afirmou ontem que podem ser compradas três ou quatro distribuidoras de energia ainda este ano, localizadas em Roraima, Amapá e Goiás.

Fonte: O Globo